Em cada etapa do desenvolvimento da criança há novas aprendizagens a fazer e novas experiências a vivenciar.
A natação para bebés é a familiarização com o meio aquático do nosso programa. Concebemos métodos e estratégias a pensar nos bebés desde que nascem (fazendo a adaptação no banho), passando para a piscina aos 4/ 5 meses até aos 36 meses. Na natação para bebés iniciamos a nossa educação aquática com os pais, partilhando conhecimentos sobre estimulação precoce e segurança aquática.
Inicialmente pertendemos que os pais estimulem os reflexos inatos com que a criança nasce para que estes sejam aliados não só na adaptação ao meio aquático como também na segurança. Os reflexos mais importantes que teremos que trabalhar são: o reflexo da glote; o reflexo de preensão; o reflexo plantar, reflexo natatório e de marcha.
Perante a resposta que vamos obtendo dos bebés vamos proseguindo nos nossos objetivos ao nivel do desenvolvimento psicomotor abragendo as 3 áreas de desenvolvimento: Área motora/ Área cognitiva/ Área socio afetiva. Nestas aulas, utilizamos atividades lúdicas proporcionando o maior número de experiências para desenvolver não só estas 3 áreas mas a adaptação ao meio aquático.
É essencial que a criança desenvolva hábitos e regras desde cedo, aprendendo a entrar na água de forma segura tendo em conta o espaço envolvente. Da mesma forma, é muito importante aprender a sair da água da forma mais convencional e de forma excecional (perante situações de queda). Contudo, o essencial é aprender a abordar a água com acompanhamento de um adulto.
aprender a equilibra-se em águas rasas, orientar-se, realizar rotações, são habilidades vitais para a segurança aquática.
habituar-se à água no rosto, fazer apneia e aumentar o tempo de imersão facilita bastante a relação com o meio aquático e é uma das habilidades fundamentais de segurança. Proporcionamos estas atividades fazendo, primeiro, o aproveitamento do reflexo da glote, depois aumentando o tempo de imersão de forma gradual e associada a atividades lúdicas e por último coordenar a respiração (inspiração no exterior pela boca e expiração no interior pela boa e pelo nariz).
Numa primeira fase, serão acompanhados sempre com o auxílio dos pais, posteriormente iremos proporcionar a experiência de fazê-lo com material auxiliar, para aumentar o ritmo e aprender a intensão de chegar até algo. Mas ainda nesta fase, é essencial que o bebé (ainda que por pouca distância) o consiga fazer sozinho. É uma habilidade importante para se manter à superfície e em segurança por alguns segundos, até chegar socorro.
É evidente que esta habilidade é aquela que permite que as vias respiratórias estejam fora d’água e por isso parece ser a mais eficaz ao nível da segurança aquática. Mas é também a habilidade mais dificil de ser aprendida pelos bebés, primeiro porque a água nos ouvidos lhes faz impessão, depois porque o campo visual fica limitado ao teto e depois porque é a que lhes apresenta mais insegurança. É importante porpocionar habilidades que os façam descobrir qual o seu ponto de equilibrio para se manterem em flutuação. Mais do que isso, associar o deslocamento vertical à retirada das vias respiratórias da água, numa posição “sentado” permite-lhes mais facilmente flutuar sem traumas nestas idades. Os mais imporante nesta fase é realizar atividades que permitam um desenvolvimento psicomotor abrangente nas 3 áreas que falamos anteriormente. Atividades que os façam vivenciar, experimentar, compreender e sentir a água. Só assim estarão aptos para agir em conformidade com as habilidades de segurança aquática.
A patir do 3 anos até aos 5 as crianças tem um desenvolvimento já muito favorável ao nivel das 3 áreas que são fundamentais na aprendizagem de skills básicos de segurança. Nesta fase, as crianças devem compreender e cumprir as regras de segurança como: saber entrar e sair em segurança com autonomia, conhecer a regras de sinalização da praia e a importância do acompanhamento de um adulto quando está na água. É nesta altura que a crinaça aprende um conjunto de skills que as fazem saber estar na água, agir e reagir a situações inesperadas, não pela realização da tecnicas de nado mas pela realização de habilidades fundamentais que as sustentam na água.
• Entrar na água de forma segura e conseguir sair sem auxílio;
• Fazer a imersão em apneia inicialmente, até à coordenação da respiração;
• Realizar rotações que a façam voltar par ao ponto de onde saiu;
• Alternar os deslocamentaos para frente, para trás e para os lados;
• Nadar 6 metros debaixo de água;
• Passar da posição ventral para a posição dorsal em qualquer situação: em sustentação, após salto, após imersão prolongada.
Nesta fase, para além de já realizar as condutas básicas de segurança, procuramos realizar skills mais completos de acordo com as sua capacidades. Como, por exemplo, exercícios combinados. Os exercícios combinados são aqueles que fazem uso dos estilos de nado combinados com skills de segurança aquática demosntrando uma prontidão aquática aprimorada para reagir em situações desfavorávies. A maior compreensão das habilidades de segurança, dos riscos e formas de resgate perite-lhes uma confiança que os faz ter consciência das suas capacidades e dos riscos que podem correr em determinadas situações, avaliando assim a melhor forma de se colocar em segurança, iniciando com a prevenção e utilizando a reação como último recurso para não afogar. A biografia aquática adquirida até então permite-lhe um maior conhecimento da água.
Africa do Sul
O SIW esteve presente no WCDP2019, representado pela criadora da metodologia, com o objetivo de promover a segurança aquática pelo ensino da natação e de habilidades de segurança tendo em conta o desenvolvimento, capacidades e limites da criança. Os pilares para a criação e aprendizagem de skills baseiam-se sobretudo nos fatores que influenciam a capacidade de nadar/afogar numa situação inesperada e as causas do afogamento.
Ainda no Congresso mundial a nossa fundadora participou ainda num encontro de especialistas da prevenção do afogamento para investigarem sobre os comportamentos tipo de uma pessoa em dificuldades no meio aquático. Deste encontro resultou um artigo já publicado “The visible Behaviour of Drowning Persons: a pilot observational study using Analytic Software and a Nominal Group Technique” published in the International Journal of Environmental Research and Public Health [IJERPH]. Podem consultar aqui.
Sri Lanka
Queremos muito estar presentes no próximo congresso mundial sobre prevenção do afogamento e por isso estamos a trabalhar no sentido de estudar, promover e aplicar cada vez mais estratégias que possam ser aplicadas nas aulas de natação para proporcionar uma educação aquática consciente para a prevenção do afogamento.
Portugal
Está prestes a ser lançado um livro infantil em prosa rimada, com conteúdos lúdicos e ilustrados sobre as regras de segurança dentro e em torno de água, na praia e piscina, para crianças dos 3 aos 9 anos de idade. Com este livro esperamos promover o conhecimento e manter as crianças mais seguras junto da água.